Hortas urbanas produzem de couve a feijão a poucos metros do asfalto


29/05/2013 - 04h00

Hortas urbanas produzem de couve a feijão a poucos metros do asfalto

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GUSTAVO SIMON
DE SÃO PAULO
THIAGO MATTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Seu Inácio Neres, 68, sai de casa, atravessa a rua e abre o portão baixo, improvisado com uma tela. No chão argiloso, cortado por dez canteiros cobertos por terra fofa, ele ergue o tecido que os protege e passa a meia hora seguinte regando mudas de alface, couve, coentro, pimenta...
Avener Prado/Folhapress
Uma das hortas urbanas comunitárias de São Paulo, na Vila Pompeia.
Pés de alface crescem na horta da Vila Pompeia, na zona oeste
A cena parece descrever o cotidiano de uma cidade do interior, mas acontece toda manhã na Vila Nova Esperança, no limite de São Paulo com Taboão da Serra. E não é de todo estranha à metrópole.
Seu Inácio tem a companhia de gente que faz o mesmo na Pompeia, na Vila Beatriz, na Vila Industrial e até na avenida Paulista com a rua da Consolação.
Muitas regiões da cidade viram, nos últimos meses, moradores saírem de casa e tomarem para si praças e terrenos ociosos (alguns abandonados, outros da prefeitura) erguendo hortas comunitárias, nas quais qualquer um pode pôr a mão na terra.
É só chegar e ajudar a plantar. Ou colher e levar para casa -gratuitamente, sem preços inflacionados (como o caso recente do tomate).
De setembro do ano passado até hoje, seis espaços assim foram criados -quatro neste ano. Mais quatro devem ser inaugurados nos próximos meses: no Butantã, em Brasilândia, na Faculdade de Medicina da USP (em Pinheiros) e no Centro Cultural São Paulo (na Liberdade).
Karime Xavier/Folhapress
Plaquinhas na Horta das corujas, na Vila Beatriz, zona oeste de São Paulo.
Plaquinhas na horta das Corujas, na Vila Beatriz, zona oeste de São Paulo
HORTAS ABERTAS
Perto do encontro da avenida Paulista com a rua da Consolação, um canteiro de 30 m2quase não chama a atenção de quem circula por ali. Mas quem se detém e observa melhor percebe que o pequeno verde no meio do concreto guarda pés de alface, manjericão e até café.
A chamada praça do Ciclista, ponto de encontro de cicloativistas, passou a receber o cultivo de hortaliças em outubro passado. A rega é feita todas as tardes por seis voluntários, que se revezam na manutenção da horta, sem cercas protetoras, rodeada por vias entre as mais movimentadas da cidade.
Ainda assim, plantas sem viço -e uma sujeira aqui e ali- podem dar a impressão de certo ar de abandono.
Na horta do BNH, na Vila Madalena, as plantas são espalhadas por pontos dispersos na praça. A ausência de cercas permite que cachorros transitem por ali, livremente. O mesmo se observa na horta da Nascente, na Pompeia.
Além de receber ajuda em mutirões semanais, os voluntários fazem parte de um grupo que cuida de outras hortas comunitárias na cidade, os Hortelões Urbanos.
O grupo se formou pouco antes da criação da horta das Corujas, que ocupa 800 m2 da praça Dolores Ibarruri, na Vila Beatriz. Isolado do conglomerado urbano por árvores, o espaço é o mais bem organizado desse movimento.
Seus organizadores estão entre os poucos que estabeleceram um acordo, ainda que informal, com a subprefeitura e mantêm diálogo aberto com o poder público.
As demais hortas visitadas pela reportagem ainda não haviam estabelecido acordos com a prefeitura.
Antes de começar a plantar, os voluntários da horta das Corujas bancaram análises do solo e da água. E um documento define diretrizes para a manutenção.
Os canteiros foram protegidos por uma cerca baixa, para evitar a circulação de animais -mas sem cadeado, para que os interessados circulem livremente.
Karime Xavier/Folhapress
Horta das corujas, na Vila Beatriz, zona oeste de São Paulo.
A voluntária Claudia Visoni cuida da horta das Corujas
Uma placa informa regras como a proibição do cultivo de árvores frutíferas (propícias para a formação de arbustos) e as datas de mutirões.
O que é cultivado ali vai para a mesa de muita gente do bairro. "Nunca tinha comido um feijão que eu tinha plantado. Sentei para debulhar com a minha filha e foi muito gostoso", conta a jornalista Claudia Visoni, 47, uma das envolvidas na iniciativa.
A colheita não tem regras definidas, mas o dia a dia desses espaços leva a sério a ideia de comunitário.
Ainda que utensílios, mudas e adubo cheguem às vezes por meio de doações, são os próprios voluntários que se mobilizam para conseguir os materiais.
Além de produzir alimentos, essas hortas podem ter outros usos. Na da Vila Anglo, na Pompeia, os organizadores promovem oficinas de educação ambiental com crianças do bairro.
A COLHEITA É LIVRE
Em geral, a colheita nas hortas comunitárias de São Paulo é livre. Qualquer pessoa que encontrar algo maduro pode pegar, independentemente de ter colaborado com o cultivo, e sem restrições de quantidade.
Na maior parte das vezes, também não há data específica para a colheita. Nem mesmo os mutirões se concentram nessa etapa -priorizam a manutenção do espaço.
Em outros casos, porém, uma pessoa fica encarregada de recolher a safra e dividi-la.
Na horta da Vila Nova Esperança, a líder comunitária Lia de Souza distribui as hortaliças entre as famílias interessadas. O mesmo acontece no espaço da Vila Industrial, onde os responsáveis centralizam a distribuição.
Editoria de Arte/Folhapress

Cultivando Plantas de Sombra


Veja como cultivar plantas em ambientes internos com pouca luz
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Simone Sayegh
Do UOL, em São Paulo
  • Divulgação
    Com folhas ornamentais, a espécie Philodendron martianum deve ser cultivada em locais sombreados
    Com folhas ornamentais, a espécie Philodendron martianum deve ser cultivada em locais sombreados
Uma boa saída para quem não tem uma área externa ajardinada é o cultivo de plantas de sombra dentro de casa ou do apartamento. Os halls de entrada, os cantinhos dos espaços internos e os vãos de escada são perfeitos para receber os vasos com estas espécies ornamentais. 
Segundo o paisagista João Jadão, da empresa Planos e Plantas, existe uma grande variedade de plantas que se adaptam a diferentes modelos de vasos e cachepôs e que vivem perfeitamente bem em um cantinho pouco iluminado. Mas Jadão ressalta: estas espécies são de sombra, porém não "de escuro", por isso, precisam de luz, temperatura adequada e ventilação. 
 
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Conheça espécies de sombra e meia-sombra9 fotos

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De folhagem ornamental, os filodendros, do gênero Philodendron, são indicados para locais sombreados. Na foto, a espécie Philodendron cascata I Fonte: Heloiza Rodrigues - paisagista Divulgação
 
"Procure dar às plantas as condições semelhantes ao seu habitat natural, portanto  pesquise qual o porte que a espécie atingirá no futuro, evitando confinamento", orienta Jadão. Não se esqueça também de providenciar um solo rico em matéria orgânica e tenha cuidado com a irrigação, porque grande parte dos exemplares morre por excesso de água e não por escassez.
 
Conforme a docente do Departamento de Fitotecnia da Unesp – Campus de Ilha Solteira, Regina Maria Monteiro de Castilho, as plantas de sombra, por definição, são aquelas que não toleram luminosidade direta e intensa. Se "tomarem" sol, suas folhas perdem o valor ornamental e ficam queimadas, sendo que muitas vezes esta situação pode ser confundida com falta ou excesso de nutrientes ou com alguma doença.
 
A paisagista Heloiza Rodrigues, da Prima Plantarum, ainda reforça que além desses danos, a espécie de sombra ou meia sombra exposta ao sol pode diminuir seu crescimento, floração e até morrer. "Elas precisam de menos luminosidade para crescer, pois absorvem a luz disponível com maior eficiência", explica. 
 
No entanto, como mencionou Jadão, essas plantas precisam de luz, mesmo que de forma indireta. Sem a luminosidade suficiente, a planta não consegue realizar a fotossíntese e acaba ficando desnutrida e menos resistentes a pragas e doenças. 
 
  • Divulgação
    De meia-sombra, a espada de São Jorge (Sansevieria trifasciata) é bastante resistente
Outro ponto importante é a ventilação do local, que deve ser natural e de pouca intensidade.  "Em ambientes onde o ar-condicionado fica ligado o dia todo, a possibilidade da planta ser atacada por pragas e doenças é muito grande", alerta Rodrigues.  
 
Por outro lado, se ela estiver em um local onde venta muito, provavelmente precisará de mais água, já que a evaporação será maior. A paisagista ainda salienta que os ventos fortes causam estresse às plantas. 
 
Entre as espécies indicadas para ambientes internos, estão as palmeiras do gênero Chamaedorea, conhecidas como palmeirinhas de sombra. Por sua vez, se você procura plantas mais altas, uma opção é a palmeira licuala-grande (Licuala grandis), de meia sombra, e que pode ser utilizada em ambientes externos sem vento e bem protegidos do sol intenso.
 
Já as espécies do gênero Philodendron possuem variações quanto ao tamanho e cor. Caso prefira uma folhagem menor, escolha a espécie filondentro xanadu (Philodendron xanadu) ou os pacovás (Philodendron martianum).
 
Como cuidar
 
- Deixe o solo levemente úmido e não encharque os vasos e cachepôs, pois as plantas de sombra perdem muito menos água do que as de sol. O excesso de água pode causar o apodrecimento das raízes. 
 
- Regue as espécies menores uma a duas vezes por semana, enquanto que para as de porte grande, duas a três vezes regas semanais são recomendadas.  
 
- Entretanto, a frequência da irrigação pode variar dependendo do local onde a espécie está sendo cultivada. De modo geral, para saber quando regar, coloque o dedo na terra para sentir a umidade. Se a terra grudar no dedo, o substrato está úmido e não precisa ser molhado. 
 
- Limpe a folhagem dessas plantas com um pano úmido para não ficarem com uma camada de poeira.
 
- As espécies de sombra devem ser adubadas duas a três vezes por ano, porém nunca nos meses de inverno, quando a planta está em dormência. Utilize os adubos orgânicos como húmus de minhoca incorporado na terra do vaso ou os adubos líquidos, dissolvidos em água e aplicados quando o solo estiver úmido.
 
- Antes de podar, estude as características de cada espécie. Por exemplo, os filodentros não necessitam e não aceitam a poda de formação. Porém, as folhas amareladas sempre podem ser retiradas (poda de limpeza).
 
- Vistorie com frequência sua planta para seja tratada imediatamente caso apareça alguma praga ou doença.

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