OS TEMPEROS


Os temperos (ou condimentos ou ervas aromáticas) acompanham nossa civilização há mais de 5.000 anos, e carregam muitas histórias e mistérios, principalmente em virtude das suas relações com as mitologias. Se não fosse a busca das especiarias do oriente, por exemplo, talvez a esquadra de Cabral não teria dado uma passadinha por aqui em abril de 1500. Até na Bíblia existem várias menções a elas.

Curiosamente, ainda hoje muitos temperos populares desde a época de antes de Cristo possuem informações botânicas ou agronômicas muito escassas, como o alecrim, o manjericão, a sálvia e o orégano, que além de temperos também servem como repelentes de insetos e como elementos de composição de cosméticos, bebidas, perfumes e medicamentos.

Apesar de o Brasil ser continental e de possuir uma das floras mais ricas do mundo, aqui ainda se gasta muito dinheiro na importação de condimentos do exterior (aneto, alcarávia, orégano, alecrim, manjerona, açafrão e erva-doce são quase que totalmente importadas).



Boa qualidade da planta

O valor condimentar e aromático dessas plantas está sempre associado ao teor de óleos essenciais, que são gerados durante seu desenvolvimento. Dessa forma, o cultivo de temperos deve receber uma atenção diferenciada em relação às plantas ornamentais tradicionais, pois além da formação da planta existe também o aspecto da qualidade, para que ela possa ser consumida e melhorar o paladar na comida.

Para se ter uma informação completa, seria necessário conhecer as informações sobre a fisiologia e bioquímica dessas plantas, além da propagação, exigência nutricional, entre outros, porém aqui vamos dar uma resumida básica e apenas citar os cuidados básicos gerais relativos a algumas das espécies mais populares.



Monte uma mini-horta!!!

Você mora em apartamento? Certo, observe o local mais ensolarado para montar uma jardineira. Se você mora em casa e tem um espacinho no jardim, basta meio metro de solo para colocar pelo menos seis espécies diferentes. Seu jardim já está cheio? Ora, então podemos montar uma bela horta vertical em jardineiras em alguma parede bem ensolarada. Enfim, não há desculpa para você não ter sua mini-horta em casa.



Escolha das plantas

No mercado encontramos facilmente sementes e mudas de diversos temperos, a escolha fica a seu critério. Eu, Paulo, prefiro sempre trabalhar com mudas que compro com fornecedores de confiança, afinal nem sempre dá tempo de esperar as sementes germinarem. Caso você goste de ver a plantinha nascendo, há várias marcas de sementes disponíveis.

Tratarei aqui apenas de alguns temperos mais populares:
  • manjericão (Ocimun spp),
  • cebolinha (Allium schoenoprasum ou A. fistulosum),
  • salsinha (Petroselinum sativum ou P. vulgare),
  • alecrim (Rosmarinus officinalis),
  • tomilho (Thymus vulgaris),
  • pimenta (Capsicum spp) e
  • hortelã (Mentha spp).



Espaçamento e forma de plantio das mudas

Procure distribuir as plantas de acordo com seu tipo de crescimento. Por exemplo, alecrim, manjericão crescem para cima entouceirados e podem ser plantados em grupos, já o tomilho e o hortelã vão se espalhar em ramas rasteiras e ocuparão maior espaço.

A cebolinha gosta de pouquíssima água, dessa forma é interessante plantá-la à parte, ou mesmo em um vasinho separado. O hortelã costuma “dominar” o território se espalhando em lugares não desejados, portanto é recomendável que não seja plantado na horta do jardim, mas em jardineira ou vaso para não se tornar uma planta invasiva.

No chão pode-se usar o padrão de 20-30cm de distância entre as mudas.

Para o plantio em jardineiras, dependerá do tamanho desta. Em jardineiras de 40cm de comprimento o ideal é não plantar mais que 04 mudas. A profundidade e a largura desses vasos deve ser de pelo menos 20cm.

Se seu vaso não está dando o resultado esperado, há grandes chances de ser por falta de sol ou devido à rega incorreta. Lembre-se que cada espécie de tempero tem as suas particularidades, portanto cuidado ao escolher as espécies para plantar juntas. Se a dúvida persistir, plante-as em
vasinhos separados.


Abaixo segue tabela com as característica e as recomendações de tipos de solo e rega para essas espécies. Clique na imagem:




Todas essas ervas devem ser plantadas a pleno sol. A adubação deve ser preferencialmente orgânica, e feita mensalmente. Para melhor orientação sobre esses cuidados, clique aqui: REGA e ADUBAÇÃO.



Durabilidade da horta

Essas plantas possuem ciclos, e para serem bem aproveitados é importante que haja o consumo contínuo das folhas e frutos, a fim de que a planta não cresça demais ou que não perca a sua utilidade.

No caso da salsa e da cebolinha, é importante sempre colher as folhas mais velhas para dar força às mais novas. Nas pimentas, é importante colher os frutos maduros para renovar e dar força para as próximas flores. No caso do manjericão, sempre arranque as flores pois elas “roubam” o perfume das folhas.

De um modo geral, o ciclo dessas plantas varia de 06 meses a um ano.


Época de plantio

Como precisam de luz solar em abundância, a melhor época para o desenvolvimento é de agosto a março, ou seja, primavera e verão.


Principais pragas

Grilo, paquinha, lagarta, pulgão e cochonilha. Como são plantas que serão consumidas, nunca utilize inseticidas químicos. Procure soluções orgânicas, como óleo de neem ou calda de fumo.





Texto: Paulo Heib
Fontes de pesquisa: livro Ervas e Temperos - Ed. SEBRAE

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